Ambos os modelos chegaram ao ápice da perfeição nesta 2ª edição ou ainda podem ser melhorados nas edições futuras?

 

MIZUNO REBELLION FLASH 2 E REBELLION PRO 2: Por um bom tempo a marca japonesa Mizuno ficou desconectada do mercado de corrida no mundo inteiro e no Brasil não foi diferente.

No meu ponto de vista, o período mais “apagado”  no Brasil foi entre os anos de 2017 e 2019, e principalmente após a não continuidade dos modelos Hitogami (competição) e Sayonara (performance trainer), que eram tênis espetaculares e tinha uma demanda considerável entre a comunidade da corrida e do triathlon. 

Vale lembrar que neste período a operação da Mizuno no Brasil era de responsabilidade do grupo Alpargatas.

A partir do 2º semestre de 2020 o controle da operação da marca japonesa no Brasil, passou a ser do grupo Vulcabras. 

Entre 2014 e quase ao final de 2019 a Mizuno (grupo Alpargatas), investiu consideravelmente no Triathlon, patrocinando os triatletas profissionais Igor Amorelli, Pâmella Oliveira, Bia Neres e Santiago Ascenço, além da marca ser patrocinadora do Ironman Brasil e das demais provas de Ironman 70.3 que faziam parte do circuito nacional. 

Todos estes patrocínios não foram suficientes para colocar a marca em evidência com relação aos tênis de corrida lançados neste período como o Mizuno Sky e Mizuno Sonic edição IRONMAN.

O Sky era extremamente pesado e o Sonic com uma batida muito seca. Se eu fosse estabelecer um comparativo técnico por exemplo entre o Mizuno Hitogami (já fora de linha quando o Sonic foi lançado), e o Mizuno Sonic, o Hitogami era muito superior de batida e resposta.

O que também “atrapalhou” de certa forma a Mizuno neste período, foi a entrada dos tênis com placa de carbono, começando pela Nike com o lançamento do Vaporfly em outubro de 2017 e na sequência as demais marcas lançando demais opções com placa de carbono.

Literalmente a Mizuno caiu no esquecimento de corredores e também da comunidade “nichada” do triathlon no Brasil.

Vale lembrar que a Mizuno em um passado ainda mais distante viveu áureos tempos no Brasil, patrocinando corredores e triatletas.

Este período durou cerca de 10 anos, sendo entre 2002 e 2013.

Era uma época em que o “famoso” e até então o principal modelo de amortecimento da marca fazia sucesso.

Quem não se lembra do Mizuno Wave Creation?

Porém o que fazia com que a Mizuno fosse uma marca desejada entre corredores e triatletas era a variedade de modelos da época. 

Eu me recordo claramente destes modelos desejados nesta época como as primeiras edições do Wave Aero e do Wave Universe, os fantásticos Wave Revolver, Wave Ronin, Wave Precision e Wave Musha, além de outros modelos que não me recordo agora.

Era uma vasta variedade de modelos da marca presentes ao mesmo tempo no mercado, e praticamente todos os modelos sendo desejados por corredores e triatletas. 

Atualmente a “vitrine” de modelos da marca com mais destaque na comunidade da corrida e do triathlon se resume ao principal modelo de amortecimento,o  Wave Sky 6, o consolidado Wave Rider que está na 27ª edição, e principalmente nos recentes lançamentos, Mizuno  Flash 2 e Rebellion Pro 2, que vou falar sobre eles mais adiante. 

E neste mesmo período que citei onde a variedade de modelos era grande, os atletas profissionais da época entre 2002 e 2013 fossem patrocinados ou apoiados pela Mizuno se destacavam entre as comunidades de corredores e triatletas amadores da época.

Na corrida grandes destaques que venciam provas no final de semana sim e outro também, eram Marcia Narloch, Maria Zeferina Baldaia, Marizete Moreira e Marizete Rezende dominavam a maioria das provas de corrida no Brasil.

No triathlon nomes como Santiago Ascenço (que continua na marca sendo a 3ª passagem dele), Carla Moreno, Juraci Moreira, Ana Boccanera, Thiago Machado (falecido em 2005 após ter um ataque cardíaco fulminante depois de um treino), Ariane Monticeli, Fabio Carvalho e Adriano Sacchetto, venciam competições em diferentes distâncias no Brasil, e contribuem com a exposição dos modelos Mizuno que mencionei nas competições.

Apesar de ser um período no qual as redes sociais não tinham a força que tem atualmente, a Mizuno era uma marca muito consumida, e conforme eu disse anteriormente, acredito que tenha sido pela variedade de modelos de tênis.

Vale ressaltar que atualmente a Mizuno patrocina os triatletas profissionais Miguel Hidalgo (distância olímpica), que estará competindo nos Jogos Olímpicos de Paris este ano, Reinaldo Colucci (campeão do Ironman Brasil 2022), e Bruna Stolf. Ambos têm como foco as provas de longas distâncias. 

 

O QUE ESPERAR DO MIZUNO REBELLION FLASH 2 EM TREINOS E COMPETIÇÕES

 

O primeiro contato direto que tive tanto com esta nova edição do Mizuno Rebellion Flash e também com o Rebellion Pro 2, foi no The Running Event em Austin, feira do mercado de running que  ocorreu no final de novembro de 2023.

No evento não era possível correr com o tênis, porém calçar ambos os lançamentos estava autorizado pelo pessoal da Mizuno.

Diante de toda a evolução do Rebellion Flash 2, eu considero até inviável estabelecer um comparativo com o antecessor, uma vez que é outro tênis, com uma nova geometria e  perfil de entressola, uma batida mais macia e um novo calce.

E este novo calce me agradou bastante nesta primeira experiência em Austin.

Mesmo sem poder correr, o calce foi confortável, e o tênis passou segurança, mesmo com a pouca angulação na área do calcanhar.

Particularmente eu prefiro a malha do Rebellion Flash 2, do que a do Rebellion Pro2, principalmente pelo fator respirabilidade.

Usei o Rebellion Flash em alguns treinos de Tempo Run com variação de percurso com um pouco de subida e descida.

O fator que não consegui me adaptar é a angulação do solado no calcanhar.

Mesmo sendo uma angulação muito menor do a presente no Rebellion Pro 2, não fico 100% seguro na corrida quando é um percurso com variação de subida e descida, e em um ritmo leve/moderado.

Continuarei usando o Rebellion Flash 2 porém em treinos de intensidade e provas de distâncias entre 5km e no máximo 15 km.

A Mizuno chegou a uma densidade de espuma muito boa com relação ao conforto de batida e resposta.

O que a Mizuno pode melhorar em ambos os modelos para a s próximas edições (vou falar do Rebellion Pro 2 em seguida), é preenchido com espuma todo o espaço vazado no solado onde fica exposta a placa em fibra de vidro, aumentar a largura da área medial reduzindo consideravelmente o ângulo de curva interno na área do arco, o que no meu ponto de vista, contribui para deixar o tênis instável, principalmente  corredores que já têm algum grau de pronação. 

Você que está indeciso em qual Mizuno apostar, se no Rebellion Flash 2 ou Pro 2, faço um pé a pé de ambos mesmo sendo totalmente diferentes, e análise com qual você se adapta melhor.

Leve em consideração mesmo para o Rebellion Flash 2, o quanto sua musculatura está fortalecida, a sua mecânica de corrida para a característica do tênis e sua estrutura corporal (peso x altura).

 

Leve em consideração mesmo para o Rebellion Flash 2, o quanto sua musculatura está fortalecida, a sua mecânica de corrida para a característica do tênis e sua estrutura corporal (peso x altura).

Peso do Rebellion Flash no tamanho 43

 

, é preenchido com espuma todo o espaço vazado no solado onde fica exposta a placa em fibra de vidro, aumentar a largura da área medial reduzindo consideravelmente o ângulo de curva interno na área do arco

Solado Rebellion Flash 2

MINHA PERCEPÇÃO E ANÁLISE DO MIZUNO REBELLION PRO 2

 

Quando o Rebellion Pro 1 foi lançado no início de 2023, eu recebi um par, corri algumas vezes e não me adaptei.

Isto não significa que o tênis tem algum tipo de defeito.

Eu que não estava preparado do ponto de vista de fortalecimento, ritmo por quilômetro, a minha mecânica de corrida, etc.

Com o Rebellion Pro 2, logo que calcei ele no espaço da Mizuno no The Running Event, ficou evidente que eu também não me adaptaria, diante de uma das principais mudanças que é a maior angulação na região do calcanhar, que segundo a marca tem 11% nesta edição.

Algumas semanas atrás eu fiz uma postagem em meu Instagram falando algumas das razões pelas quais o Rebellion Pro 2 efetivamente não é pra mim.

E são as mesmas que senti com o Rebellion Pro 1.

A sensação de insegurança aumentou correndo com o tênis, por causa da maior angulação do calcanhar, principalmente em descida. Imagine quando você entra no mar ou em um lago, pisa em um buraco e não encontra o fundo.

Para mim a sensação é esta quando o calcanhar desce primeiro.

Com relação ao fator estabilidade, o Pro 2 está melhor do que o antecessor, já que o corte presente no solado do Rebellion Pro 1 na região medial interna do arco do pé foi preenchido nesta 2ª edição.

A instabilidade pode ocorrer para corredores e triatletas que tenham pronação moderada.

No meu ponto de vista o que poderia melhorar a estabilidade do Rebellion Pro 2 de forma significativa seria inserir espuma em todo o vão aberto do solado, na qual a placa de carbono está exposta.

Este fator é Física. Aumentando o espaço de contato com o solo, sem dúvida que ocorre um aumento da estabilidade e também um pouco mais de aderência. 

Não sei se este vão em aberto não somente no Rebellion Pro 1 e Pro2, mas também em modelos de outras marcas como por exemplo o New Balance Supercomp Trainer V2, é alguma estratégia de marketing e comercial para deixar a placa mais exposta sendo um fator que pode potencializar a venda do tênis, ou se é um fator técnico. 

Acredito que o Rebellion Pro continuará em linha por muitas edições.

Gostaria de testar alguma futura edição com uma configuração ou geometria mais conservadora.

Isto significa uma área medial mais larga, sem uma curva muito angulada na área medial interna, solado com mais espuma na área mencionada anteriormente, um perfil de entressola mais baixo e principalmente sem nenhuma angulação na área do calcanhar.

Neste tipo de configuração, sem dúvida que seria um tênis mais “democrático” e que atenderia corredores de diferentes ritmos e características de corrida.

Você que está lendo este artigo certamente irá dizer que inserindo mais espuma para fechar o espaço aberto no solado, irá deixar o tênis mais pesado. Talvez 20, 30 gramas a mais de peso não vai fazer diferença alguma para um corredor amador.

Pode ser que para um corredor de maratona profissional venha a fazer alguma diferença.

Só no teste prático para saber.

Não sou o dono da verdade, mas acredito que o Rebellion Pro 2 possa ser um tênis um pouco perigoso para quem optar correr uma Maratona com ele planejando um tempo total acima de 4 horas e em um tipo de percurso como o das Maratonas de São Paulo, Nova York, Curitiba, Boston e San Francisco.

De um modo geral, maratonas que tenham percursos com muito sobe-desce.

Por outro lado acredito que o tênis irá atender muito bem os corredores amadores muito bem treinados e também com a musculatura fortalecida, que correm maratona entre 2h35 até 3h15.

A Mizuno levou quase 5 anos e meio para lançar o seu 1º modelo de competição com placa de carbono considerando o lançamento do 1º modelo de competição com placa de carbono desta era mais moderna, que foi o Nike Vaporfly 4% em outubro de 2017.

Eu considero o Rebellion Pro o modelo mais revolucionário do mercado atualmente.

Quando a Nike lançou o 1º Alphafly eu também considerei ser um tênis revolucionário, diante da geometria, posicionamento da placa de carbono e a presença inédita das cápsulas de ar na área do antepé.

Esta condição revolucionária do Alphafly deu muito certo pelo fato de ter um tal de Eliud Kipchoge contribuindo para o desenvolvimento do tênis, além de outros nomes de peso tanto da Etiópia quanto do Quênia, e também vencendo as maiores Maratonas do Mundo.

Não tenho dúvida que se a Mizuno patrocinasse um destes africanos profissionais, e vencendo algumas das principais Maratonas ao redor do mundo com o Rebellion Pro, comercialmente o tênis seria um objeto de desejo por muitos corredores amadores ao redor mundo.

Continua sendo assim com os Nike Vaporfly e Alphafly assim como os Adidas Adios Pro e mais recentemente o Adios Pro Evo 1.

Não sei realmente quanto vale fazer um modelo extremamente revolucionário, que atenda um público amador muito específico (no meu entendimento), e sem um atleta com nome de peso globalmente sendo patrocinado e trabalhando com a marca no desenvolvimento do produto.

Para finalizar, se você está interessado em investir no Mizuno Rebellion Pro 2, (independente da sua condição financeira), experimente o tênis se tiver a oportunidade, compare com modelos concorrentes , analise as provas que você planeja correr com o tênis, assim como outras informações e então tome a decisão.

 

MIZUNO REBELLION FLASH 2 E REBELLION PRO 2: Os modelos chegaram ao ápice da perfeição ou ainda podem ser melhorados nas edições futuras?

A altura da entressola impressiona

 

A sensação de insegurança aumentou correndo com o tênis, por causa da maior angulação do calcanhar, principalmente em descida

Segunda a Mizuno a angulação é de 11% no Rebellion Pro 2

 

MIZUNO REBELLION FLASH 2 E REBELLION PRO 2: Os modelos chegaram ao ápice da perfeição ou ainda podem ser melhorados nas edições futuras?

A diferença visual de angulação entre o Rebellion Flash 2 e Rebellion Pro 2

 

Aumentando o espaço de contato com o solo, sem dúvida que ocorre um aumento da estabilidade e também um pouco mais de aderência

Se fechar o espaço com a composição de espuma, alargar a área medial e reduzir o angulo da curva interna, o tenis irá ganhar em estabilidade

 

Talvez 20, 30 gramas a mais de peso não vai fazer diferença alguma para um corredor amador. Pode ser que para um corredor de maratona profissional venha a fazer alguma diferença

Peso do Rebellion Pro 2 no tamanho 43